Whats

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Paulinha

Às mamães, em qualquer plano de vida.


Guardo u’a coisa mais que bonita...
Adivinha?
Mais que o canto de cuidado de maria-arrelia pra roseira da minha mãe: “tê-espin-ô!..., tê-espin-ô!... tê-espin-ô!”.
Guardo u’a coisa mais que bonita...
Adivinha?
Mais que os brincos de pedra do pote do arco-íris pra minha mãe: “bilili-bilim!, bilili- bilim!, os brincos brincam assim.
Guardo u’a coisa mais que bonita...
Adivinha?
Mais que o ovinho que se partia, se partia, se partia, e nasceu na minha mão o passarinho.
Adivinha?
Não adivinha!
Mais qu’eu fosse Princesa ao olhar da lua, mais que a lua, a minha mãe, toda em luz, entra no meu quarto e me cobre e me beija, me beija e se vai, se vai de novo para o Céu... O claro da minha mãe é mais que bonito que o claro da lua. Vejo da janela, ela voltar para o Céu...
Não guardo  u'a coisa mais que bonita?
Guardo, sim. 
Ah, eu sou Paulinha, viu?

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Vó Maína

Prosinha de vovó e netinho,
e que eu seja Francisquinho.


A mata.
E é tisc, e é trac, e é tró, e é tuó....
E glóp!, cai gota da folha da noite no poço da lua na beira da mata.

E lá vem o dia!

Vó Maínah!

   E o dia, e a mata, e os ninhos e os ovos na mata, e o poço da lua na beira da mata, tudo baila à beira de Vó Maína. E o Sol pinta de Papa-piri os pulos do Tico-tico na terra, e se pinta de perla no pula-corda que canta no chão: bat!, bat-bat!, bat-bat-bat!, bat-bat-bat-bat!

   E canta Cancã, Chincoã, Chiquinho qu'eu quero , Chorona e Choquinha na copa da mata, e tudo canta e baila à beira do canto de Vó Maína.

   E lá vai o dia!
   E glóp!, cai à boca da noite a gota da folha no poço da  lua na beira da mata, e um causo de onça ao sono da sopa no colo de Vó Maína. E no sono quem sonha é a onça farta de manha e oca de fome das fábulas de Vó Maína.

    E lá vem o dia!
    Vó Maínah!