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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Ah, esses namorados!

Deixo a Vovó e seus amiguinhos da pureza ao passarinho Alê, Alexandre Ferro Oliveira

Cap.1

Manhã de flores, albores da paz. O orvalho voltou pro céu, e o vento, a vaguear molenguinho, malandrino se distrai co’as folhas secas sob os raios de sono do sol.

Cap.2

Eu espio Vovó.
Vovó cata feijão, amoitada num arbusto vestido de primavera, a espreitar um casalzinho de tangarás em melúria no pé de amora.

Vovó fala com a alma (e o ventinho me traz a prosa): - A donzelinha é a de verde. O namorador, trovador, sapateou, balançou as asinhas e, oh!, apanhou amora, deu-lha no bico. Ah, que finura!

O namorador dança e dançou de lado e piou o seu amor. A donzelinha pensa e pensou de lado e piou o seu querer. Vruuup! para um segredo no matinho, vruuup! para o pé de amora.

Final

O fogo crepita, chamando a Vovó. E antes de entregar o feijão ao fogo, Vovó se despede dos amiguinhos, falando com a alma (e o ventinho me traz a prosa): - Ah, esses namorados! 
E eu, amoitado no encanto, saio, sem dar na vista, para me sentar ao meio do matinho.